D.Margarida é um exercício cênico a partir do texto “Apareceu a Margarida” de Roberto Athayde. Por trás da máscara de professora se esconde uma mulher, D. Margarida, alegoria do poder tirânico e repressor; retrato de um país, de uma época de censura que nos deixou muitas marcas. “Todo mundo quer ser Dona Margarida”, diz a personagem, estabelecendo um jogo dicotômico, irônico e dissimulado, no qual ora transita pela doçura, ora pela crueldade, no tratamento com seus alunos. Uma aula absurda, uma professora de métodos questionáveis? E hoje em dia, sob quais ditaduras vivemos? A vida é uma tragicomédia? Esta e outras são as indagações que a encenação provoca, focando a beca destas e outras reflexões.
A encenação do espetáculo foi construída tendo como base o universo clownesco, explorando o palhaço pessoal do ator a serviço de uma personagem e um texto teatral. Em algumas ações, foi utilizada a dualidade do palhaço branco e a do augusto. O bufão aparece sempre na figura de dona Margarida para parodiar a sociedade e nos mostrar, através da ingenuidade, um pouco da estupidez humana.Direção de Lika Rosa. Elenco e Figurino: Antonio Apolinário.Iluminação: Ava Soani. Cenografia: Antonio Apolinário e Lika Rosa.
Fotografia: Mariana Guarnieri